Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das doenças que mais mata e incapacita pessoas no mundo a cada ano. Apesar do número preocupante, ainda há quem tenha dúvidas sobre o assunto e desconheça as principais causas, sintomas e maneiras de prevenir essa enfermidade.

O AVC ocorre quando o suprimento de sangue que vai para o cérebro é interrompido ou drasticamente reduzido, privando as células de oxigênio e de nutrientes. Ou ainda, quando um vaso sanguíneo se rompe, causando uma hemorragia cerebral. Entre as causas dessas ocorrências, estão a malformação arterial cerebral (Aneurisma), hipertensão arterial, cardiopatia e tromboembolia.

A doença pode ser classificada de duas formas: AVC Isquêmico ou AVC Hemorrágico. A principal diferença entre eles é a causa. O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI) é o tipo mais comum, e decorre da falta de sangue em determinada área do cérebro, em consequência da obstrução de uma artéria. Já no Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH), acontece devido a um sangramento local pelo rompimento de um vaso sanguíneo.

A identificação rápida dos sintomas do AVC é muito importante para o diagnóstico e o tratamento adequado, além de redução de incapacidades. Isso porque os sinais do AVC se iniciam de forma súbita e podem ser únicos ou combinados. Estes são alguns dos sintomas do AVC:

– Enfraquecimento, adormecimento ou paralisação da face, braço ou perna de um lado do corpo;

– Alteração de visão: turvação ou perda da visão, especialmente de um olho; episódio de visão dupla; sensação de “sombra” sobre a linha da visão;

– Dificuldade para falar ou entender o que os outros estão falando;

– Tontura sem causa definida, desequilíbrio, falta de coordenação no andar ou queda súbita, geralmente acompanhada pelos sintomas acima descritos;

– Dores de cabeça fortes e persistentes;

– Dificuldade para engolir.

O controle dos fatores de risco diminui a probabilidade de uma pessoa ter um AVC, aumentando o tempo e a qualidade de vida. Alguns desses fatores são:

Idade: ainda que um AVC possa surgir em qualquer idade, à medida que a idade avança, maior a chance de ela ter um AVC;

História de doença vascular prévia: quem já teve um AVC ou outra doença vascular, tem maior probabilidade de ter um AVC;

Doenças do coração: as doenças do coração, especialmente as que produzem arritmias (batimentos cardíacos desregulados), aumentam o risco de AVC. Isso porque elas provocam uma corrente sanguínea irregular e facilitam a formação de coágulos sanguíneos dentro do coração, podendo chegar pela circulação nos vasos do cérebro, o que diminui o fluxo sanguíneo e causa um AVC;

Tabagismo: o hábito de fumar é fortemente relacionado com o risco para AVC pois as substâncias químicas presentes na fumaça do cigarro passam dos pulmões para a corrente sanguínea e circulam pelo corpo, afetando todas as células e provocando diversas alterações no sistema circulatório;

Hipertensão arterial: quando a pressão está elevada, ela acaba lesionando os vasos sanguíneos do cérebro e pode causar um AVC. O tratamento da hipertensão arterial é muito importante, pois reduz tanto o risco de AVC como de ataques do coração;

Diabetes: um bom controle da diabetes com dieta adequada e medicamentos torna os problemas circulatórios menos comuns. Pessoas com diabetes devem cuidar atentamente dos níveis da pressão arterial;

Sedentarismo: a atividade física confere redução do risco de doença vascular. O sedentarismo leva ao aumento de peso, predispondo à hipertensão, diabetes, níveis inadequados de colesterol no sangue, todos fatores de risco para AVC já comentados;

Colesterol alto: o excesso de gordura no sangue (dislipidemias) leva à formação de placas nas paredes das artérias, tornando-as mais estreitas, o que reduz o fluxo sanguíneo e aumenta a chance de a pessoa ter um AVC;

Álcool e Drogas: o consumo rotineiro de álcool leva a hipertensão e níveis inadequados de colesterol no sangue – fatores de risco já citados. O uso de cocaína é capaz de gerar lesão arterial e picos hipertensivos, sendo associado ao desenvolvimento de AVC.